FAMÍLIA E A SOCIEDADE - CAPÍTULOS IX AO XI

05/10/2017 21:22

                                                                                         CAPÍTULO 9 AO 11

Relacionamento Com Filhos Adolescentes

A adolescência é uma etapa de muitas mudanças, tanto no corpo como na mente. É nessa época que o jovem começa a descobrir a sua independência. Isto demonstra seu progresso rumo à maturidade. Mas nessa época, começam os conflitos de rebelião contra todo tipo de autoridade, sobretudo a dos pais.

Salomão aconselha os pais de adolescentes que orientem a seus filhos sobre a vaidade da adolescência e juventude. Para que cuidem do coração e dos olhos, pois deverão prestar contas a Deus acerca das decisões que tomam. Também sobre as conseqüências que essas decisões acarretam. Aconselha aos jovens para que lembrem-se de Deus na juventude, ao invés de desenvolver a vida em vaidade (Ec 11.9 - 12.1).

I.         Como é a Adolescência?

Dos 12 aos 16 anos, o adolescente começa a descobrir a sua própria identidade. Adquire uma consciência de si mesmo e do sexo oposto. Tem noção das diferenças sociais. As amizades são mais duradouras. Valorizam a lealdade e a confiabilidade. Há um maior desenvolvimento da independência. Os filhos desta idade precisam estabilidade em seu lar e muita paciência e compreensão por parte de seus pais.

A partir dos 17 anos, o jovem continua debaixo do cuidado paternal, mas leva uma vida mais independente. Estes podem ser anos de grande companheirismo com os pais ou, de maior distanciamento. Os pais têm que saber “soltar as rédeas” aos poucos e confiar na formação que deu a seus filhos durante os anos anteriores. Esta etapa pode ser de profunda relação com Deus mas, justamente por ser assim, deve ser orientada pelos pais.

É indispensável, nessa fase, haver uma boa comunicação entre pais e filhos. É um tempo de idealismo, ilusões, sonhos e fantasias. O jovem precisa de modelos dignos, e com alvos definidos para a vida. É um tempo para fixar metas, estabelecer relações e determinar o nível de compromisso onde irá desenvolver sua vida:

II.      Metas a Serem Estabelecidas

Os pais devem levar seus filhos a:

a)  No lar. Assumir responsabilidade pessoal quanto ao uso do tempo, nas tarefas domésticas, no cuidado e conservação da propriedade familiar. Bem como, desenvolver bons hábitos e estabelecer uma forma correta de relacionamento com os demais membros da família.

b) Na escola. Dedicar-se aos estudos, fazendo o melhor possível para aprender controlar-se e vencer o desânimo que leva muitos a abandonar os estudos. Ter em mente que está se preparando para o futuro.

c)  No trabalho. Aprender a cuidar dos interesses do patrão e que seja diligente, esforçado e cumpridor. Bem como, a ser pontual, honesto, disposto e manter uma atitude correta para com os colegas de trabalho.

d) Na Igreja. Aprender a respeitar os líderes e aos demais irmãos, identificando-se claramente com eles. Participar de todos os eventos e cooperar com o avanço do Reino de Deus. E, acima de tudo, criar uma profunda relação com Deus.

e)  Na sociedade. Respeitar as autoridades e as leis, e cultivar uma boa atitude para com elas. Escolher suas amizades com cuidado.

III.      Disciplina dos Filhos Adolescentes

Um dos piores sentimentos que um adolescente pode sentir é a culpa causada pela desobediência. Isto é produzido pela ação do Espírito Santo (João 16.8). A culpa produz dor na alma, mas a disciplina e o castigo o liberta dela.

Por esta razão, o adolescente espera e necessita ser disciplinado quando desobedece. Faz parte da ordem de Deus na formação dos filhos. A disciplina e o castigo educam e reforçam a vontade. Ajudam o jovem a afirmar sua consciência e a atuar com resolução diante das pressões e influências externas. São duas as influências sobre os adolescentes: o satânico (todas as formas mundanas de pressão) e o divino. Diante delas, ele terá que decidir.

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” Sl 11.10.

Os filhos devem saber que a desobediência sempre será castigada segundo o que Deus determinou. Se os filhos não forem disciplinados, Deus disciplinará os pais (1Sm 3.13-14).

a)  O Uso da Vara. Este é o método estabelecido pelo Senhor. Até uma determinada idade é plenamente eficaz e suficiente, podendo ser usada em casos graves ou repetitivos. Seguir o padrão ensinado no Capítulo 8. Entretanto, com filhos que nunca foram disciplinados anteriormente, as opções abaixo são mais adequadas. Deve-se, no entanto, buscar orientações dos mais experientes.

b) Admoestação Verbal Somente. Não é gritar ou “jogar na cara” o erro do adolescente. Mas levá-lo a entender a gravidade do seu erro. Pode ser um sólido conselho até uma dura repreensão. Apele para a razão e para a sua própria auto-estima.

c)  Admoestação Com Privação de Algo que Lhe Agrade tem como objetivo provocar dor. A privação deve estar relacionada com o mal que o filho tenha cometido. CUIDADO: Não cortar algo que envolva sua formação intelectual ou espiritual (ex.: proibir de ir ao colégio ou de ir aos compromissos da igreja). Bem como não obrigar a fazer um trabalho para não incutir que trabalho é castigo.

IV.      Orientações Práticas

a)  Depender do Espírito Santo em Tudo (Jo 16:13).

b) Buscar de Deus Sabedoria. (Tg 1:5-6). É importante anotar que um filho sábio será, em grande parte, resultado de ter tido um pai e/ou mãe sábio.

“Produzir um filho prudente e sábio vale mil vezes mais que um filho simplesmente dócil por estar subjugado pela força paterna” (Keith Bentson).

c)  Nunca Perder a Comunicação com os Filhos. Falar a verdade em amor (Ef 4:25). Conversar com eles. Deve-se escutar os filhos com calma, atenção e compreensão e juntos buscarem as soluções. Responda sempre a todas as perguntas sem meias verdades. Sendo sempre sinceros para que eles aprendam a sinceridade.

d) Amizade Sincera. Serem realmente amigos dos filhos. A comunicação, a educação e o relacionamento será bem mais proveitoso dentro de uma amizade sincera

e)  Respeitar Sempre as Áreas Mais Sensíveis do Adolescente:

        Sua Aparência. Animá-los constantemente, pois todos já passaram por isso. Mas, cuidado, não usar de falsos elogios.

        Seus Gostos e Opiniões (roupas, modas, comportamento), nada se refere a pecado ou aparência do mal, só gostos e opiniões.

f)   Elogiar Sempre, Criticar Só Quando Realmente For Indispensável. Quando os filhos atuarem bem, deve-se elogiar e estimulá-los. Felicitá-los por seu esforço e pelos seus resultados alcançados, isso os animará a prosseguirem.

g)  Ser Fiel aos Filhos. Em se tratando de adolescentes ainda mais. Não se deve contar o que foi revelado no íntimo. É importante não expor a intimidade, os sentimentos, as paixões e opiniões, só quando permitido por eles.

h) Colocar Alvos e Metas (Sl 127:3-5). Como os adolescentes estão muito preocupados em viver o presente, em sentirem-se participantes, não sabem colocar metas de longo prazo. Isto cabe aos pais. É necessário tratá-los em áreas específicas da sua vida: no lar, na escola, na Igreja e na vida social. Deve-se tratar uma área de cada vez.

i)    Colocar Desafios: Mostrar diversas profissões, diversas atividades, prepará-los para a vida. Eles são como flechas nas mãos dos guerreiros (pais). A responsabilidade de dar a direção é dos pais e não deles. Todavia sempre respeitando seus gostos. Desafiem os adolescentes para:

        Pregação da palavra;

        Ser e fazer discípulos na escola;

        A influenciar a outros e não serem influenciados;

        Boas músicas;

        Boas leituras.

j)    Ser Exemplo de conduta aos filhos. Eles tendem a ser como seus pais, mesmo quando resistem a eles.

k) Aplicar a Disciplina com Firmeza e de forma razoável, mesmo que ameaçam a sair do lar. Os pais não podem permitir que a rebelião destrua a integridade do lar. Se admitir a atitude rebelde do filho em casa, perderá o controle e a autoridade[1].

l)    Confiar em Deus. O Senhor é fiel.

V.      Conclusão

A criação dos filhos implica numa enorme responsabilidade. Muitas vezes vai além da capacidade natural dos pais para fazê-la. Mas, se esta tarefa é aceita com e na dependência de Deus, encontraremos graça do Senhor para realizá-la.

Sempre deve ser lembrado que criar filhos é para Deus. Criá-los para que sejam participantes responsáveis em sua grande família. Assim os pais desempenharão sua tarefa com eficiência e fé, contando com a presença e bênção do Senhor.

Meditação e Estudo

1ª  Que elementos importantes ajudam o jovem a descobrir sua própria identidade?

2ª  Que medidas práticas e efetivas devem tomar os pais para aplicar a disciplina?

3ª  O que os pais devem fazer quando tomam consciência que se  equivocaram no trato com seus filhos adolescentes?

4ª  O que os pais podem fazer para promover em seus filhos adolescentes um maior interesse nas coisa de Deus?

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 10

Comportamento Dos Filhos

A Bíblia tem instruções para todas as áreas da vida familiar. Instrui aos pais como devem se comportar com seus filhos, e aos filhos como obedecer aos pais. Neste capítulo vamos considerar o que Deus espera dos filhos em relação aos seus pais (Pv 10.1; 15.20; 17.25).

O jovem tem duas atitudes para obedecer aos pais: ou por princípio e amor, ou por necessidade.

A atitude correta nasce do conhecimento de Deus e da direção do Espírito Santo. Por outro lado, a atitude de necessidade leva o jovem a desprezar os conselhos dos pais e se rebelar contra sua autoridade. O apóstolo Paulo escreveu a Timóteo acerca desse tema e disse que nos últimos dias o diabo induziria os filhos à desobediência aos pais (1Tm 3.2). Hoje é comum essa franca rebeldia às autoridades.

A maneira como os jovens pensam e atuam, tem muito a ver com a influência deste mundo. Mas Deus quer reverter essa situação na vida familiar de Seu povo. Os jovens devem conhecer seu papel como filho dentro do propósito de Deus para a família.

VI.      Direitos e Privilégios

Enquanto o filho estiver debaixo do cuidado paterno, ele desfrutará de benefícios e privilégios. Alguns são obrigatórios, ou seja, seus pais não podem deixar de providenciar. Outros, entretanto, são outorgados aos filhos por uma atitude de amor, carinho e graça dos pais.

Na verdade, os filhos recebem muito mais do que realmente necessitam. Entretanto, muitos filhos não sabem reconhecer a diferença que existe nisso. Os pais tem a obrigação de prover alimento, roupa, educação e residência enquanto os filhos não possam conseguir isso por si mesmos. Tudo o que vai além disso, é privilégio.

Seria muito bom que os filhos sustentados por seus pais depois dos 18 anos de idade, e ajudados a cursar universidade ou qualquer outro curso, soubessem reconhecer e agradecer-lhes pelo favor recebido. Quando isso ocorre, trás grande alegria e satisfação aos pais.

Esta é uma atitude sábia: reconhecer e valorizar os benefícios recebidos dos pais, quer sejam por direito ou por privilégio.

VII.      Responsabilidades

          Obediência e Submissão (Ef 6.1; Cl 3.20; Lv 19.3)

A obediência aos pais não é opcional, porque é um mandamento do Senhor. Deve haver submissão voluntária.

Submissão é um ato da própria vontade através da qual nos sujeitamos ao governo de outra pessoa. Não é humilhação nem rebaixamento. Não é uma desvalorização própria, mas sim o reconhecimento da autoridade de alguém, considerando uma maior capacidade para conduzir ou guiar sua vida. Naturalmente, a sabedoria e experiência dos pais é superior a dos filhos.

Deus declara que é justo os filhos obedecerem seus pais (Ef 6.1) e por isso, é agradável a Ele (Cl 3.20). Jesus, quando jovem, foi obediente e submisso aos pais. Ele é o nosso exemplo (Lc 2.51).

A rebeldia e insubmissão tem origem no coração de Satanás, portanto, nada de bom pode produzir. Diante de Deus, a rebeldia é uma falta grave porque conduz a uma degradação do caminho e leva o jovem a uma vida de pecado (Dt 21.18-21).

          Honra e Respeito (Ef 6.2,3; Ex 20.12)

A vontade de Deus é que os filhos tenham uma alta estima pela sabedoria e experiência de seus pais. Devem considerar que a sabedoria não se adquire na escola, mas sim num longo aprendizado da vida. A experiência de errar e acertar, meditar e avaliar, ganhar e perder vão formando uma base para conduzir outros na vida.

Quando os filhos apreciam seus pais, é fácil respeitá-los e honrá-los. O respeito brota de uma atitude interior de reconhecimento e apreço pela função dos pais. Esse respeito se manifesta pelo trato cordial, amável, cuidadoso. O contrário, ou seja, faltar de respeito se manifesta por gestos e palavrões, prepotência, altivez e desprezo. Isto é muito comum no mundo. Ao se converter, o jovem terá que aprender como tratar seus pais. Será como que remar contra a correnteza deste mundo e não se deixar influenciar pelos exemplos negativos tão abundantes hoje em dia.

Muitos pais, quando atingem uma idade avançada, são abandonados e considerados como algo pesado. Sobretudo quando ficam enfermos e precisam de cuidados especiais. São deixados de lado, ignorados e muitos são levados aos asilos para que morram. Isso é fruto da rebelião e do menosprezo.

Honrar os pais é o primeiro mandamento com promessa. Quem o fizer, pode ter a segurança de que será próspero e terá longa vida (1Tm 5.4,8; Lv 19.32).

Honrar é um ato de amor, por exemplo: dizer a eles o quanto são importantes, falar deles a outros, presenteá-los fora das datas especiais, passar tempo com eles e conversar sobre o que eles gostam, etc.

          Amor e Amizade

É preciso desenvolver um relacionamento afetuoso entre pais e filhos, expressando o amor em gestos e palavras. É bom para um pai receber expressões de amor por parte de um filho. Muitas vezes os filhos deixam passar oportunidades para demonstrarem seu afeto e carinho. Uma palavra, uma flor, um beijo, um gesto, um cartãozinho, um chocolate, são meios sensíveis de transmitir amor, gratidão e apreço.

Para que se crie amizade, é necessário que os filhos se determinem a se aproximarem de seus pais. Criem situações em que possam estar juntos para desenvolver companheirismo e amizade.

O tempo do jovem em casa é muito curto. Portanto, o jovem discípulo deve aproveitar esses anos da juventude para firmar bem a sua amizade com seus pais.

          Obrigações Específicas

          Nas Tarefas Domésticas

Desde pequenos, os filhos são orientados a assumirem obrigações específicas. Por isso é necessário que os filhos atentem para as orientações dos pais, e façam exatamente o que eles pedem. Com o tempo, essas obrigações devem a ser mais voluntárias.

É agradável aos pais que os filhos façam mais do que se espera deles. Não só a deixar o quarto arrumado como também ajudar no trabalho da mãe. Há muitas maneiras de fazê-lo, como por exemplo: ajudar a lavar a roupa, limpar a casa, fazer compras, e até mesmo ajudar na cozinha. Numa emergência em que ela não possa fazê-lo, os filhos não sentirão dificuldade em substituí-la.

O importante é que assumam essas obrigações com responsabilidade e atenção. Devem saber que não estão fazendo isso por favor a sua mãe ou pai, mas sim por terem a responsabilidade de compartilhar do trabalho doméstico.

Quando os filhos são pequenos, a mãe faz tudo. Mas é uma injustiça permitir que ela continue a fazer tudo. Os filhos podem e devem assumir a responsabilidade de tarefas comuns no lar.

Todo trabalho deve ser realizado com esmero, dedicação e da melhor forma possível, não razoavelmente. É nesta etapa da vida que se adquire hábitos de trabalho. Quem se acomoda com desorganização e desordem, se acostuma a este estilo de vida e depois é difícil mudar. Em tudo deve-se buscar a excelência.

          Nos Estudos

O estudo é o trabalho fundamental dos filhos, portanto devem fazê-lo com esmero. Devem dedicar tempo e esforço suficientes não para concluir estágios, mas sim para aprender bem a matéria.

A linha de pensamento corrente entre a maioria dos jovens é fazer o mínimo necessário para passar de ano. Isso é mediocridade. O jovem deve se esforçar para atingir o máximo de sua capacidade e extrair tudo o que for possível do conhecimento.

É preciso que todo jovem se capacite intelectualmente e em trabalhos manuais, a fim de ser apto para desempenhar qualquer atividade diante de qualquer necessidade.

          No Trabalho

Muito embora alguns jovens fiquem debaixo do cuidado dos pais até terminarem seus estudos, é necessário que os rapazes e as moças comecem a trabalhar desde cedo. Ainda que sejam algumas horas por dia e que aprendam a ganhar algum sustento. Se conseguirem suprir seus próprios gastos, será de grande ajuda aos pais e trarão um sentido de dignidade e auto-estima. O trabalho traz maturidade.

VIII.      A Relação Entre os Irmãos

A boa relação entre os irmãos é uma das maiores riquezas que a família pode ter. Fortalecem os laços familiares e desenvolve vínculos de amizade que perduram por toda a vida. Por isso é importante que os irmãos procurem conviver onde o bom trato seja a nota dominante.

Há atitudes e condutas que contribuem para isso:

          O que Destrói

A indiferença e o isolamento são atitudes que dificultam o bom relacionamento. Quando alguém se fecha em si mesma, automaticamente deixa outros de fora. Fora de seus pensamentos, de seus interesses e de suas emoções. Quem se isola não pode compartilhar nem as alegrias nem as tristezas de seu semelhante. O resultado é que se torna egocêntrico e individualista.

Deus nos tem chamado para vivermos em família e com necessidades da presença, contato e afeto dos demais. O isolamento obedece as maquinações de Satanás cujo objetivo é a destruição da família. Deus quer restaurar nossa sensibilidade para com o outro. Assim, é preciso quebrar a barreira da indiferença e sair ao seu encontro.

Devemos fugir das pelejas, dos gritos e ofensas. Essas coisas provocam o ressentimento nas relações. Precisamos evitar a todo custo as divisões dentro da família (Tg 3.2-10).

          O que Edifica

O tratamento afetuoso ao expressarmos o amor que sentimos uns pelos outros. Também depende de como damos lugar ao companheirismo e a comunhão espiritual. A presença do Senhor em nossos relacionamento produzirá mudança, profundidade e enriquecimento dessa relação. Assim se cria um ambiente onde pode ser praticado o perdão e a restauração de comunhão, caso ocorra algum conflito.

Os irmãos devem ser amigos e ajudarem-se mutuamente. Devem demonstrar o genuíno interesse um pelo outro e jamais trair ou defraudar a confiança.

          Relação com Pais Incrédulos

Dentro deste aspecto destacamos dois pontos básicos:

          A Sujeição

A sujeição que o filho deve a seus pais incrédulos é a mesma daquele que tem pai convertido. A única exceção é quando o pai ou a mãe exige que seus filhos pratiquem aquilo que vá contra as orientações de Deus. Nesse caso é importante consultar seus líderes e avaliar se realmente a exigência dos pais esta ou não contra a palavra de Deus.

Muitos jovens tomam essa exceção com a atitude de não serem obedientes naquilo em que devem ser. Por isso é necessário que os irmãos que o aconselham sejam maduros e responsáveis.

          O Testemunho

Os pais recebem um maior impacto pela vida transformada de seus filhos do que por suas palavras. Por isso é importante que o filho viva de conformidade e obediência a cada palavra do Evangelho do Reino. Uma vida santa, sensível, comprometida e humilde é a maior pregação que uma pai incrédulo pode receber.

Meditação e Estudo

1ª  Quais são as coisas que um pai está obrigado a prover? Que atitude um filho deve mostrar ao receber mais do que isso?

2ª  Como se define a submissão e obediência que os filhos devem a seus pais?

3ª  Que significa honrar aos pais? Por que Deus exige isso de todos os filhos?

4ª  Como criar a amizade e uma relação mais afetuosa entre pais e filhos? O que os filhos podem fazer? O que os pais podem fazer?

5ª  Quais são as atitudes que os filhos devem desenvolver para o trabalho e o estudo? Enumere algumas medidas práticas para melhorar um má atitude.

 

CAPÍTULO 11

A Presença De Cristo No Lar

Um lar cristão é o lugar onde a presença de Cristo é a característica mais forte e a principal atração. Cada membro da família tem consciência de Sua presença, governo e orientação.

Tudo o que falamos nos capítulos anteriores são importantes para colocar em ordem a família, mas não é o suficiente. O que faz com que a família seja dinâmica, vital e espiritual é a presença de Cristo agindo em nosso interior, transformando-nos à sua semelhança.

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” Sl 127.1.

Tal como expressa o salmista, sem a presença de Cristo no lar, todas as ações, aspirações e esperanças se frustram. Como podemos ter a presença de Deus no lar diariamente? Qual é a nossa responsabilidade para que isso ocorra?

IX.      Os Pais São Os Sacerdotes Do Lar

Antes de Deus estabelecer uma ordem sacerdotal em Israel, os pais atuavam como sacerdotes de seu lar. Notemos alguns exemplos:

      Noé (Gn 8.20-22);

      Abraão (Gn 12.7,8; 13.4,18; 15.1-8; 17.1-22; 18.20-33);

      (Jo 1.5).

A função específica do sacerdote é vincular Deus com os homens. Os pais (marido e mulher) tem uma responsabilidade sacerdotal diante de seus filhos. Deus os comissionou para formá-los e criá-los, a fim de que sejam integrados na grande família de Deus. Também devem interceder por eles diante do Senhor, comunicar as instruções da parte de Deus, ser o exemplo de conduta e orientar a respeito do culto que devemos prestar ao Senhor.

Todo esse ministério se fundamenta na pessoa e obra de Jesus Cristo, a quem os pais se sujeitam e em nome de quem ministram (Gn 18.17-19; Ef 6.4; Nm 30; Lc 2.21-38).

X.      JESUS CRISTO: Uma Realidade Gloriosa na Vida Familiar

Esta realidade se alcança quando a presença de Cristo é notória na vida dos pais. Entretanto, Deus quer se revelar de uma forma pessoal e íntima a cada membro da família.

As crianças tem uma grande capacidade para perceber a presença de Deus, crer e confiar nele. Encontram-se nas escrituras muitos exemplos disso:

a)  Samuel conheceu a Deus quando pequeno (1Sm 3);

b) Davi foi testemunha da presença de Deus em sua infância (Sl 22.9,10);

c)  Timóteo foi instruído na fé e no conhecimento de Deus por sua mãe e avó desde a infância (2Tm 3.15);

d) Jesus exorta para não subestimar a fé de uma criança (Mt 18.6).

O Senhor usa as orações e os testemunhos (especialmente dos pais) para conduzir outros membros da família à fé (Ver o caso da mulher samaritana – Jo 4.39-42). Observar alguns casos bíblicos em que a fé dos pais envolveu o resto da família:

      Josué (Js 24.15);

      Cornélio (At 11.12-15);

      Lídia (At 16.14,15);

      Carcereiro de Filipos (At 16.30-34).

Existem dois indicadores claros na vida familiar que evidenciam a presença de Cristo:

a)  O bom uso do tempo. Dedicar-se diariamente para orar, ler e meditar na palavra, conversar com a família sobre os interesses do Senhor e o discipulado, indicam que a família reconhece a gloriosa presença de Cristo.

b) O bom uso do dinheiro e de todos os bens materiais da família, mostra que ela reconhece Deus como o provedor e dono de tudo.                           
A generosidade é a maior evidência disso. Todos devem ser ensinados quanto a ser generosos e a repartir com outros suas necessidades. Os filhos imitam naturalmente a seus pais. Por isso devem eles ser o exemplo prático de tudo o que Deus espera deles.

XI.      Como Apresentar Jesus Cristo a Nossos Filhos

É imprescindível viver diante de nossos filhos em total integridade, buscando a presença e direção do Senhor em toda situação. Seja em momentos de tensão ou tranqüilidade, de alegria ou dificuldade, tanto nas boas como nas más. Há certos elementos que devem ser levados em conta:

          Nosso Exemplo – Gn 18.17-19

O fundamento do sacerdócio dos pais é o amor e a devoção a Deus. Se os pais querem que seus filhos amem a Deus e o sigam, devem antes dar o exemplo. Esse amor e devoção estão expressos num vida de oração e dependência de Deus. Sua fé será conhecida pela maneira como vive. Caso contrário, será notória a hipocrisia.

          A Palavra de Deus – Dt 6.6-9; 11.1,19-21; Js 1.8

Na medida em que os filhos crescem, deve-se comunicar lhes a palavra de Deus. Eles devem amá-la, obedecê-la com reverência e apreciá-la como o maior valor que eles possuem. Para isso, deve-se usar tudo o que for possível: ler e contar histórias das sagradas escrituras para os filhos, fazer referências a ela, cantar porções da palavra, memorizar e citar textos.

          Representações Simbólicas – Js 4.20-24

Os quadros, fotos, textos, mapas, desenhos e demais expressões gráficas que adornam a casa, e especialmente o dormitório dos filhos, exercem muita influência sobre seus pensamentos e desenvolvimento espiritual.

          Música – Cl 3.16

É extraordinária a influência que a música exerce sobre o ser humano! O Senhor deseja que seus filhos o louve e o adore com cânticos e hinos espirituais. Cantar a palavra é uma forma não só de louvar mas de memorizar e proclamar as verdades do Senhor. Por isso é bom que o papai e a mamãe contem para seus filhos desde o nascimento e que essa prática sempre esteja presente na vida da família.

          Nossa Bênção – Mc 10.13-16

A imposição de mãos e a oração abençoam, protegem, liberam, acalmam e saram a nossos filhos. Em virtude da autoridade paterna (e materna) e do nome do Senhor Jesus Cristo invocado sobre eles, a família é abençoada. É uma viva e poderosa expressão de nosso sacerdócio como pais.

XII.      Discipulado da Família

Longe de tornar algo mecânico e frio, o discipulado da família é uma oportunidade grandiosa de poder demonstrar a presença de Jesus no lar. Dentre muitas coisas, sugere-se algumas que podem fazer parte desse ministério sacerdotal na família.

a)  Leitura da palavra. Buscando sempre aplicar a palavra ao momento em que vive a família, quer seja de alegria ou de tristeza, de prosperidade ou de dificuldade, etc. E que seja sempre inspirativo, ou seja, aplicado com fé e ardor. Nunca como algo enfadonho. Para a crianças pequenas, sugere-se a leitura própria para a idade, com figuras e ilustrações.

b) Memorização de Textos Bíblicos. O melhor é acompanhar o que a igreja já pratica, usando a catequese das apostilas. Entretanto, textos que estejam relacionados a vida familiar também podem ser repetidos e memorizados.

c)  Testemunhos e Transparência. Este é algo bom de se fazer. Abre-se um espaço para comunhão onde todos podem se inteirar das necessidades uns dos outros e poder cooperar em conselhos e sugestões.

d) Oração. Este é um bom momento para ensinar pelo exemplo. Orações com objetivos específicos ajudam a ordenar a vida de oração. Que a família tenha uma lista comum de oração e que todos orem. É uma boa oportunidade para ensinar sobre ter fé e depender de Deus.

XIII.      Testemunho do Lar: Uma Luz Entre os Vizinhos

A presença de Jesus Cristo na vida cotidiana da família é o melhor testemunho que se pode dar do lar. Esta característica se constitue numa grande atração para os vizinhos que, ao verem a vida que levam, desejarão conhecer o Senhor da família. A presença de Jesus na família faz a diferença entre o amor e a discórdia, entre a obediência e a rebelião, entre a ordem e a confusão, entre a disciplina e a desordem. É o mesmo que dizer: o reino de Deus é um reino de amor e poder.

Todos os membros da família devem manter sua disposição de compartilhar o amor com seus vizinhos e estar atentos às situações especiais quando se permite uma expressão maior de amor e de serviço.

Deste modo se estendeu a Igreja no começo e, da mesma maneira, deve-se estender melhor em nossos dias.

Meditação e Estudo

1ª  Quais são as características principais de um lar que goza a presença de Cristo?

2ª  De que maneira podem os pais exercer um sacerdócio espiritual no lar?

3ª  Como Deus é revelado aos meninos e meninas em um lar cristão? (Conversar sobre a importância dos distintos elementos que servem para apresentar aos filhos a realidade de Jesus Cristo).

4ª  Que importância tem o discipulado da família em um lar cristão?

5ª  Conversar sobre distintas maneiras práticas para fazer do lar uma luz no meio dos vizinhos.

 

 



[1]Reler a orientação sobre disciplina de filhos no capítulo 8.

 

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