FAMÍLIA E A SOCIEDADE - CAPÍTULOS V AO VIII

05/10/2017 21:24

                                                                                             

   CAPÍTULO 5 AO 8

Como A Mulher Desempenha O Seu Papel

A palavra do Senhor é muito clara quanto a conduta que Deus espera de cada cônjuge. Não são deveres opcionais. São mandamentos claros do Senhor. Só podemos cumprir estes mandamentos quando andamos no Espirito (Rm 8.7).

Muitos cônjuges anotam os deveres do outro, vivem cobrando o seu comprimento mas não cumprem com os seus próprios deveres. Dentro do casamento cada um deve assumir a sua responsabilidade independentemente do comportamento do outro. Se o marido trata mal a mulher, isto não livra a mulher de sua responsabilidade, e vice-versa.

Se colocamos em prática os princípios do reino de Deus no lar, há paz, bom exemplo para os filhos que também terão famílias estáveis, bom exemplo para as outras famílias da igreja e testemunho para o mundo (Mt 5.16).

I.         A SUBMISSÃO AO MARIDO

“As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo salvador do corpo. Como, porem, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas a seus maridos” Ef 5.22-24.(Ver também Cl 3.18; 1Pe 3.1-2)

A submissão está relacionada ao princípio de autoridade que Deus estabeleceu em todas as ordens da vida social. O propósito da autoridade é estabelecer ordem e harmonia. Não é uma hierarquia, mas uma função.

O que a mulher precisa entender sobre a submissão?

a)  Deus manda que a mulher se submeta ao marido. Não é o marido que impõe autoridade sobre ela. No reino de Deus toda a autoridade é reconhecida, e não imposta.

b) Submissão é o reconhecimento da autoridade estabelecida. Significa obediência humilde e com boa disposição. Não é apenas uma obediência externa, mas uma atitude interior de submissão e respeito.

c)  A submissão não anula a mulher, mas, lhe dá condições para cumprir o seu papel.

d) A submissão não rebaixa a mulher, mas sim a protege. Deus é bom. Ele quer que a mulher esteja coberta e protegida sob a autoridade do marido. Não deseja que a mulher esteja sobrecarregada e nervosa, mas tranqüila e feliz.

e)  A submissão da mulher não a faz inferior. Jesus, sendo igual ao Pai, se submeteu a ele em tudo. A mulher não é menor, nem o homem maior. São iguais, mas em funções diferentes segundo o plano de Deus.

f)   A mulher deve ser submissa EM TUDO (Ef 5.24). O marido é o responsável geral por todas as áreas da vida familiar. A mulher só deve desobedecer ao marido se ele lhe der uma ordem claramente contrária à vontade de Deus conhecida nas escrituras. Se ele a obrigar a pecar, ou a deixar o Senhor, nesse caso, é devesse a Deus e não ao marido (At 4.19).

g)  As irmãs com maridos incrédulos devem ser submissas a eles. Devem se comportar de tal maneira que, vendo eles o comportamento delas, se convertam (1Pe 3.1-2).

h) A submissão não implica em que a mulher não fale, não opine e não tenha influência nas decisões da família. Ela não tem que dizer sim para tudo. Ela é a ajudadora. Portanto deve opinar, concordar, discordar, etc. Mas sempre deve mostrar uma atitude de submissão ao marido, e ter a disposição de deixar as decisões finais em suas mãos, sem amargura nem rebelião interior.                                        
Quando uma esposa considera que seu marido (crente) está abusando da autoridade, deve falar-lhe a sós, com respeito e mansidão. Se ele não escuta, de falar-lhe novamente, diante de irmãos espirituais e maduros (Mt 18.15-17).

II.      O RESPEITO AO MARIDO

"…e a esposa respeite a seu marido" Ef 5.33.

a)  A atitude de respeito, reveste a mulher de dignidade e elegância. Mas a arrogância e grosseria a rebaixa e a faz vulgar.

b) O respeito se manifesta na forma de falar, no tom de voz, nos modos, gestos e olhar. Também na maneira de atender ao marido, de escutá-lo e obedecê-lo.

c)  Também implica em não diminuí-lo, nem a sós, nem diante dos filhos e muito menos diante de outras pessoas. Jamais falar na sua ausência, depreciando ou ridicularizando-o na presença de outros.

d) A mulher é responsável por ensinar aos filhos, pelo seu exemplo, a honrar e respeitar o pai.

e)  Não há nada que irrite tanto um homem como o desrespeito e arrogância da mulher.

f)   A mulher respeitosa é a alegria do marido. Ela o engrandece e o faz como um príncipe diante dos demais.

III.      A BELEZA INTERIOR E EXTERIOR DA MULHER

“Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível de um espirito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus” 1Pe 3.3-4.

A mulher se arruma para ser atraente e bem aceita. Isto não é pecado. Pelo contrário, Deus mesmo vestiu a criação de beleza e formosura. A mulher casada deve procurar ser atraente para o seu marido. É bom manter-se jovem e bonita, tanto quanto possa. Cuidar o corpo, fazer ginástica, cuidar dos cabelos e vestir-se bem com simplicidade.

Entretanto, para ser atraentes, a mulher não necessita de exageros, como penteados chamativos, jóias de ouro e vestidos luxuosos. Também não devem adotar um estilo mundano e “sexy”.

O melhor atrativo que o homem pode encontrar na mulher é o caráter. Que ela tenha um espírito manso. Que seja doce e amável. Seja suave e serena. Se a mulher for assim, o marido ficará enamorado novamente a cada dia (Pv 31.10).

Que atrativo terá para o marido, uma mulher bonita, bem arrumada, porém nervosa, rixosa, gritona, briguenta, rancorosa, amargurada, queixosa e resmungona? (Pv 11.22; 31.30)

Todavia quando o marido tem uma mulher amável, seu lar é um oásis para onde ele quer voltar logo. Mas se a mulher é rixosa, ele prefere ficar em qualquer outro lugar (Pv 25.24). Qualquer mulher pode ser mansa e tranqüila, mas é necessário andar no Espirito a cada dia (Gl 5. 22-23).

Meditação e Estudo

1ª  Qual a importância da submissão à autoridade do marido para manter a ordem no lar?

2ª  Quais são os benefícios desta submissão?

3ª  Qual a diferença entre a imposição de autoridade e o seu reconhecimento voluntário?

4ª  Como uma mulher inteligente, ativa, criativa e espiritual pode contribuir com o desenvolvimento do lar, quando seu marido tem um temperamento oposto ao seu?

5ª  Descreva o que a mulher pode fazer de prático para demonstrar respeito pelo marido. Quais são as atitudes que deve evitar?

 

CAPÍTULO 6

Como O Marido Desempenha o Seu Papel

Já vimos que o homem e o cabeça da mulher. Esta função não pode ser exercida de qualquer maneira, mas sob a graça e o amor de Jesus Cristo. Alguns maridos são autoritários, egoístas, duros e soberbos. Querem dominar a mulher. O que Deus diz?

“Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem macula, nem ruga, nem cousa semelhante, porem santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne, antes a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja”
Ef 5.25-29 (Ver também 1Pe 3.7).

IV.      O MARIDO DEVE AMAR SUA ESPOSA

A palavra grega que aparece em Efésios 5 é “ágape”. Refere-se ao amor de Deus. É um amor puro, sacrificial, perfeito e permanente. Por isso Paulo usa Cristo como exemplo. Cristo não é apenas o modelo, mas também é a fonte do amor. Somente através do seu amor em nós, é possível amar como ele amou.

O homem que trata a sua esposa com amor, faz um bem a si mesmo e fortalece a unidade do casamento. Aquele que trata mal a sua esposa, destroi a si mesmo.

O verdadeiro amor não é apenas um sentimento, mas uma conduta. Por isto queremos assinalar cinco expressões práticas do amor do marido para com a esposa.

          AMABILIDADE

Esta é a primeira expressão prática do amor. A amabilidade, doçura, afabilidade, benignidade. “…não as trateis com amargura. (Cl 3.19); “..tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade” (1Pe 3.7).

Devemos ser amáveis com todos, principalmente com as mulheres, respeitando sua feminilidade. Mas muito mais com nossa própria esposa. Há homens que são amáveis com outras mulheres e descuidados e duros com sua esposa.

A mulher é como um vaso frágil: mais sensível e delicada. Seus sentimentos estão mais a flor-da-pele. Isto não é uma debilidade, mas uma característica dada por Deus para desempenhar sua nobre função de mãe, a fim de criar os filhos com ternura e sensibilidade. Por isso Deus quer que o marido a trate com ternura, respeito, suavidade, paciência, carinho, doçura, delicadeza, bondade e amor. Por ser mais sensível emocionalmente, a mulher esta mais sujeita a ficar ressentida pelo maltrato do marido.

Ser amável não quer dizer ser frouxo. Muitas vezes o homem deve ser firme. Mas com uma firmeza amável e compreensiva. Quando o marido percebe que tratou mal a sua esposa, deve concertar imediatamente, confessando com humildade e arrependimento.

          ABNEGAÇÃO

É o sacrifício que alguém faz em favor do outro. “…a si mesmo se entregou por ela”(Ef 5.25). É o negar a si mesmo, abrir mão da tranqüilidade, da comodidade e do prazer, em favor da pessoa amada. Isto é amar. Foi isto que Cristo fez pela igreja.

O contrário disto é o egoísmo. O marido egoísta busca sua própria comodidade. Usa a autoridade para seu próprio bem e sempre espera ser servido. Sua atitude é de “senhor”, não de “servo”. Nunca renuncia a comodidade para ajudar a mulher. Este marido está longe da vontade de Deus.

Deus quer que o marido seja abnegado, pareça com Jesus e aja como ele. Deve sacrificar-se a si mesmo pela esposa. Buscar a felicidade e bem-estar dela, tanto no físico como no emocional e no espiritual. O marido deve dizer como Jesus: “eu não vim para ser servido, mas para servir”.

          COMPREENSÃO

O marido deve conhecer profundamente a sua mulher para, compreendê-la, amá-la e ajudá-la. Esta é uma das maiores necessidades da mulher.

Para isto é necessário escutar com atenção o que ela diz. Saber escutar é uma das qualidades mais valiosas que se pode ter. Quando o marido entender o que a mulher pensa e sente, poderá conduzi-la e protege-la com sabedoria.

Muitas mulheres são tristes e angustiadas por não conseguir compreensão e apoio de seus maridos. Uma mulher que se sente apreciada e atendida pelo marido, dificilmente será rebelde e antagônica.

É necessário que o marido converse com a esposa. Procure entender como ela se sente e quais são suas cargas, para poder animá-la e confortá-la. O marido precisa abraçá-la e beijá-la com freqüência, quando está preocupada e nervosa. Um abraço e uma palavra amável e terna, mostram a mulher que ela tem ao seu lado alguém que a compreende e a ama. Um gesto de carinho renova as forças e libera a mente de pensamentos negativos.

Alguns homens tem dificuldade de serem afetuosos porque não tem este costume, ou porque nunca receberam carinho na infância. É tempo de romper com toda a timidez e vergonha. Devem ver a importância disto no relacionamento com a mulher. Pode-se conseguir muito mais com um beijo do que com criticas ou autoritarismo.

          PROTEÇÃO E COBERTURA (EF 5.29)

Quando o homem não dá uma cobertura real e prática, a mulher se vê desprotegida. Ela precisa sentir-se segura e confiante em seu marido. O desamparo e as preocupações sobrecarregam e oprimem a mulher.

O homem deve assumir seu papel, atender os assuntos do governo familiar, resolver todos os problemas que lhe competem, e não passá-los para sua esposa. A mulher se desgasta quando tem que resolver assuntos que vão além de suas possibilidades e não correspondem ao caráter feminino.

A mulher deve poder dizer: “meu marido é o meu pastor, nada me faltara”, como a igreja diz de Cristo: “O Senhor é meu Pastor…”

          ROMANCE E AFETO CONJUGAL. (CT 7.10-13)

O amor sentimental também deve estar presente no casamento. Tudo que dissemos anteriormente estabelece bases sólidas para que este amor se desenvolva e cresça. O romance não é apenas para a lua de mel, mas para toda a vida.

Os discípulos do Senhor devem ser os maridos mais “apaixonados” por suas esposas. O amor dos mundanos se perverteu em egoísmo. Entretanto, o amor sentimental de um marido cristão nasce do verdadeiro amor de Deus que vive nele. Por isso, os discípulos de Jesus deveriam ser os melhores maridos; os melhores amantes de suas esposas.

Cultive em seu coração este amor. Enamore de sua esposa, valorizando, apreciando e elogiando-a. Seja expressivo com ela. Demonstre seus sentimentos, mandando-lhe flores. Procure aprender maravilhosa arte do amor e afeto conjugal. Assim fará sua esposa feliz e a você mesmo também! E Deus participara desta alegria.

V.      O HOMEM DEVE REPRESENTAR A JESUS NO LAR

O Homem É Responsável por:

          ESTABELECER A PRESENÇA DE JESUS NA FAMÍLIA (1CO 11.3)

Assim como Cristo é a imagem de Deus, o homem deve ser a imagem da presença de Jesus no lar. Deve andar no Espirito, manifestar a alegria constante, dar graças por tudo, deixar fluir o amor, a graça e a paz do Senhor.

          ESTABELECER O GOVERNO DE CRISTO

O homem não é o cabeça do lar, mas sim Cristo – o homem é o cabeça da mulher. Portanto deve estabelecer a autoridade de Cristo e não a sua. Se um homem não está sujeito a Cristo, como vai governar sobre sua mulher e filhos? Quando o Senhor delega autoridade ao homem, não lhe dá “carta branca” para fazer o que quer, mas estabelece critérios específicos e concretos.

Todo governo que está debaixo de Cristo deve agir com firmeza, mas com amabilidade e flexibilidade. Sem fazer concessões indevidas, mas com disposição para dialogar e escutar. É importante que saiba discernir a vontade de Deus e que cuide para que ela se cumpra no seu lar.

          MINISTRAR A GRAÇA SALVADORA DE CRISTO

O homem deve exercer o sacerdócio em sua família. Não basta abençoa-los com orações superficiais. Deve se interessar por cada um. Dar tempo a cada um, conhecer suas necessidades, lutas e aflições. Dar a cada um dos filhos uma atenção particular. Constantemente ajudar a esposa a ver a dimensão eterna e grandiosa de sua função como esposa e mãe. Cuidar para que ela não se desanime com suas tarefas que as vezes parecem triviais e insignificantes.

          DOUTRINAR E EDIFICAR SUA FAMÍLIA

É importante usar as circunstâncias ocasionais da vida para ensinar, mas isto não é suficiente. O homem é responsável por ensinar toda a verdade de Deus, de forma ordenada e metódica a sua esposa e filhos. São seus primeiros discípulos. Deve determinar horários concretos para sentar com eles e compartilhar a palavra. Deve haver lugar para a participação de todos e tudo deve ser intercalado com oração.

O homem deve considerar a esposa como ajudadora para isto. Não deve anulá-la, mas tampouco deve passar para ela toda a responsabilidade. Devem trabalhar juntos.

Meditação e Estudo

1ª  Quais as maneiras práticas para o homem demonstrar o amor por sua mulher?

2ª  Em quais destas expressões práticas você necessita superar?

3ª  Quais são as responsabilidades do marido como representante de Jesus no lar?

 

CAPÍTULO 7

O Relacionamento Conjugal

Não há nada mais belo do que a intimidade do casal quando há amor e respeito. Quando cada um dá a sua vida pelo outro, e há um entendimento entre eles. Isto é maior do que as próprias palavras. Quando existe confiança intima se refletindo em todas as outras áreas da vida, isto produz uma profunda harmonia. Uma relação assim, fortalece e prepara o casal para enfrentar as lutas da vida, porque forma em cada um o vigor, ânimo e fé que os fazem se sentirem quase invencíveis.

Mas também podemos dizer o quanto e horrível a intimidade conjugal, quando a relação se deteriora. Quando a doçura se torna em amargura, e a devoção em abuso e egoísmo. Quando a estima e trocada pelo menosprezo. Quando os sonhos se convertem em pesadelos e a convivência se torna insuportável.

Para considerar este tema, veremos dois aspectos: 1 – A Harmonia no Casamento e 2 – A União Sexual.

Cremos de todo coração que nas escrituras encontramos a orientação para vivermos uma vida matrimonial feliz e termos um lar cheio de amor e paz.

VI.      A HARMONIA NO CASAMENTO

Nossa sociedade exagerou tanto o valor do amor romântico, erótico e sentimental, que muitos, depois de se casarem, se decepcionam quando descobrem que o casamento não é uma continua lua-de-mel. Devemos considerar que:

          CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

a)  É Necessário Trabalho e Dedicação. Um casamento feliz não surge do nada, por magia, como nos sonhos ou nos filmes. É necessário dedicação e sabedoria que se adquire com a experiência e dependência de Deus. Também é necessário um carretar maduro, respeito e compreensão mútua. Nada disto se consegue facilmente. Mas isto é plenamente possível para um casamento fundamentado na palavra de Deus. Devemos edificar com fé e estar atentos as dificuldades que surgem.

b) Problemas e Dificuldades Sempre Existirão. Isto é normal, porque somos humanos e falhamos. Nenhum casamento é perfeito no seu inicio. É importante ter este entendimento, para que ninguém se assuste quando as dificuldades surgirem, e para que haja fé e solução. Podem surgir diferenças quanto ao uso do dinheiro, reações diferentes diante das varias situações da vida, gostos sobre a comida, hábitos, horários, maneira de vestir, educação dos filhos, disciplina, etc.

          PROBLEMAS E SOLUÇÕES DO RELACIONAMENTO

a)  Existem Reações que São Inúteis:

        Fugir do problema. Supor que se resolverá sozinho. A covardia não resolve nada.

        Isolar-se. Deter a comunicação. Levantar de uma barreira de silencio. Sem diálogo é impossível chegar a qualquer solução.

        Irar-se. A intenção é assustar ou intimidar o outro. É esconder-se atrás das emoções quando confrontado com as próprias faltas. Responder, “jogando na cara” do outro as faltas dele(a).

        Deprimir-se ou ter um ataque de nervos. Dar-se por vencido(a). A intenção é provocar a compaixão, para ter mais atenção e consolo, fugindo do problema real.

b) Há Uma Conduta Correta Para Resolver os Problemas.

        Entender e afirmar que todo o problema tem solução. Não ser pessimista nem derrotista (Jo 14.1; 16.33; Fp 4.11-13).

        Enfrentar todo problema com calma e fé. Num ambiente de nervosismo não se pode ser saibo. E necessário ser objetivo, olhar a situação do ponto de vista do outro e reconhecer as próprias faltas (1Co 13.4-7; Hb 11.6).

        Levar a carga ao Senhor. Sem Deus nenhuma solução é permanente. É necessário buscá-lo em oração, com ações de graça. Aplicar seus mandamentos e reclamar suas promessas. Ele tem todo o poder e sabedoria, e nos ama profundamente.

        Tratar um problema de cada vez. Algumas questões são complicadas e podem gerar outras. Não se pode resolver tudo ao mesmo tempo. E melhor analisar cada situação e determinar por onde se vai começar. Ser pacientes e aguardar os resultados, porque muitas vezes a solução não e imediata (Hb 12.1-14).

        Aprender de experiências anteriores. Isto ajuda a não passar novamente pelos mesmos problemas.

        Não deixar que se acumulem problemas. Quando vários probleminhas se juntam, transformam-se num “problemão” (Ef 4.26).

        Recorrer a ajuda de alguém mais experiente (Pv 11.14).

        A maior responsabilidade é do homem. Deus pedirá contas de todas as coisas ao homem. Ele deve ter uma conduta terna, compassiva, sabia, não caprichosa porém firme dentro da vontade revelada de Deus. Deve determinar-se a fazer de sua esposa a mulher mais feliz do mundo (Ef 5.25-29).

A boa solução dos problemas fortalece o casamento. Encontrar juntos as soluções efetivas acrescenta confiança e mostra maturidade.

VII.      A UNIÃO SEXUAL

Alguns se surpreendem quando descobrem que a bíblia tem muitas referencias a relação sexual. Estão acostumados a escutar conversas torpes ou piadas obscenas que rebaixam esta bela relação. Não percebem que esta é uma área que Deus quer encher de sua santidade e beleza. Alguns até se escandalizam quando se trata deste assunto na igreja, como se este fosse um tema impróprio para vida cristã. Mas não é assim. Nosso compromisso com Cristo inclui todas as áreas de nossa vida. Vejamos, então, o que a bíblia fala sobre a relação sexual.

          DEUS É O AUTOR DO SEXO

Deus criou o homem e a mulher. Portanto, ele é o autor do sexo e da relação sexual. Ele determinou as diferenças entre homem e mulher, e estabeleceu a atração mútua. Mas ele reservou a relação sexual, como uma experiência unicamente para o casamento.

Para que se cumpra o propósito divino através do ato sexual, é indispensável que haja um compromisso total e uma entrega completa de um para o outro. Isto só e possível dentro do casamento. O fato de que duas pessoas se amarem, não lhes dá o direito de manterem relações sexuais. A intimidade sexual contém certos riscos e pode acarretar conseqüências para as quais somente o casamento oferece garantias e segurança. A bíblia diz que:

      Adão e Eva, quando ainda eram inocentes, tinham uma intimidade total (Gn 2.24-25).

      Paulo adverte ao solteiros contra a fornicação. E aos casados, ensina sobre uma relação com santidade e honra, e com o desejo de satisfazer um ao outro (1Co 7.2-5; 1Ts 4.3-5; Hb 13.4).

      Temos um belo texto poético em Provérbios, que fala da pureza e das delicias do amor conjugal (Pv 5.15-19).

      Há uma passagem curiosa na lei de Moisés, quanto aos recém casados (Dt 24.5).

          O PROPÓSITO DA RELAÇÃO SEXUAL

O propósito de Deus ao instituiu a relação sexual, divide-se em 3 aspectos:

a)  Selar a união matrimonial. A relação sexual é que consuma o casamento.

b) A procriação da raça. Isto está diretamente relacionado com o sexo, porque e pela relação sexual que nos procriamos. Existem duas atitudes errôneas entre os que ignoram a vontade de Deus:

        procurar evitar a procriação por motivos egoístas e,

        procriar muitos filhos irresponsavelmente (sem levar em conta os recursos que se tem, nem a saúde da mulher). Ter filhos é uma benção de Deus (Sl 127.3-5; 1Tm 2.15).

c)  Para experimentar a mais profunda expressão de intimidade, amor e felicidade do casal. O ato conjugal, além de físico, envolve o mental, o emocional e o espiritual. Ajuda a superar desacordos, alivia tensões nervosas e contribui para a boa saúde. A relação sexual é uma dadiva de Deus que abençoa o casamento.

          ALGUMAS NORMAS IMPORTANTES

a)  No ato sexual, cada um deve procurar a felicidade do outro. Não dar lugar ao egoísmo.

b) Um não deve negar ao outro a satisfação do desejo sexual, nem tampouco abusar. Há situações de extremo cansaço ou de enfermidade onde deve haver respeito.

c)  A relação não começa na cama. A preparação é durante todo o dia, com uma conduta amorosa e afetiva.

d) A vida intima deve ser pura, todos os detalhes devem ser dialogados para não agredir a sensibilidade e o pudor do cônjuge. Entre o casal toda a sensualidade é permitida, mas tudo deve ser feito de comum acordo.

VIII.      ATÉ A MATURIDADE

Os que já são casados a bastante tempo, compreendem que a felicidade matrimonial não é uma “obra do acaso”. É fruto da dedicação, trabalho, esmero, amor, paciência, disposição de aprender e o firme desejo de superar todas as dificuldades. Para que duas pessoas possam conviver em harmonia e amor, apesar de serem completamente diferentes no caráter e na personalidade, com debilidades e maus hábitos arraigados por anos, é necessário esforço e fé. Deus realizará isto guiando, orientando, guardando, apoiando, corrigindo e abençoando (Fp 1. 6). Bendito é seu nome.

Uma relação matrimonial madura e equilibrada, não se consegue da noite para o dia. Todavia se o marido e a mulher se dedicam a buscar entendimento e a fazer as mudanças necessárias, serão recompensados com muitos anos de felicidade. Seu lar brilhará com a graça daquele que prometeu abençoar a todas as famílias da terra (At 3.25).

Meditação e Estudo

1ª  Quais são as áreas que geralmente provocam mais problemas no casamento?

Que testemunho você pode dar de situações praticas e da maneira com que você venceu certos problemas que são comuns a todos os casamentos?

2ª  Analisar o valor de cada um dos pontos considerados no subtítulo: “Há uma conduta correta para resolver os problemas” (página).

3ª  O que pode tornar a relação intima deteriorada e insuportável?

4ª  Porque Deus limitou a relação sexual exclusivamente ao casamento e a proibiu terminantemente fora dele?

5ª  Qual e o propósito da relação sexual? Fala dos 3 aspectos.

6ª  Quais são os benefícios de uma boa relação sexual no casamento?

 

CAPÍTULO 8

A Criação dos Filhos

IX.      PARA QUE DEUS NOS DÁ FILHOS?

Deus poderia ter feito uma multidão de seres humanos, mas fez apenas um homem e uma mulher. E os encarregou de gerarem uma raça. Entre as muitas razões, três são as mais importantes:

a)  Para Nos Mostrar o Seu Favor (Sl 127.3-5). Deus nos ama. Seu coração paterno desejava compartilhar conosco a linda experiência de criar filhos. Eles não nos são dados para nos sobrecarregar ou nos fazer sofrer inutilmente, mas para formar-nos à semelhança de Deus, o Pai Eterno.

b) Para Criá-los em Deus (Ef 6.1-4; Cl 3.20-21). Devemos ter uma atitude de seriedade e fé diante do privilegio de criar filhos no Senhor. Temos apenas uns 18 ou 20 anos para completar em cada filho a etapa de formação. Não podemos perder nenhum desses anos.

c)  Para Encaminharmos a Geração Seguinte na Vontade de Deus (Gn 18.17-19; Sl 128). O homem se projeta para o futuro através dos filhos e dos filhos de seus filhos. A maior obra que podemos fazer nesta vida é a de criar filhos para que honrem ao Senhor e abram caminho para a extensão de seu reino. Deus não intervém diretamente na criação de nossos filhos. Nós é que devemos assumir esta responsabilidade. Não podemos ignorá-la, porque um dia vamos ter que prestar contas do que fizemos nesta área.            
Deus manifestou a sua confiança em Abraão quanto a isto (Gn 18.17-19). Entretanto, revelou seu profundo desagrado com o sacerdote Eli por sua irresponsabilidade na disciplina e formação de seus filhos (1Sm 2.12,27-30; 3.11-13).

X.      DETERMINANDO OBJETIVOS NA FORMAÇÃO DOS FILHOS

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviara dele” Pv 22.6.

Esta tarefa não é fácil. Requer uma dedicação seria durante muitos anos. Mas Deus nos assegura a sua graça e sabedoria.

a)  Compreendendo a Natureza da Criança (Pv 22.15; Sl 51.5). Elas não se inclinam naturalmente para o bem. Por isso devemos ensiná-las, formá-las e discipliná-las.

b) As Metas Importantes na Formação da Criança são:

        Uma relação pessoal com Deus – consciência de que são parte da família de Deus e devem se relacionar diretamente com ele.

        A formação do caráter – capacidade para enfrentar as responsabilidades da vida, trabalho, casamento, solida base moral, auto-disciplina, auto-estima, domínio próprio, controle sobre os sentimentos, gostos, etc.

        Formação social – clara consciência de sua identidade, capacidade de se relacionar com outros, assumir compromissos, e sujeição às autoridades.

        Formação Física – hábitos alimentares e higiene.

XI.      QUAIS SÃO AS RESPONSABILIDADES DOS PAIS?

Há quatro áreas específicas de responsabilidade dos pais: exemplo, instrução, disciplina e carinho. Tudo isto são expressões práticas do amor. Além de aceitarmos os filhos como eles são, com seu próprio sexo, virtudes e debilidades, cor dos cabelos e da pele, personalidade, devemos considerá-los que são herança do Senhor. Temos portanto a responsabilidade diante de Deus de criá-los para a Sua glória.

          EXEMPLO

Os filhos aprendem tudo com o comportamento de seus pais. Ensinamos mais com o exemplo do que com palavras, ordens ou ameaças. O exemplo é a base fundamental para formação do caráter dos filhos. Eles procuraram imitar seus pais no que dizem e no que fazem. Não adianta cobrar ações de graça em toda e qualquer ocasião se os pais não agem assim.

          INSTRUÇÃO (PV 22.6)

Enquanto o exemplo é a base fundamental para a formação da vida dos filhos, a instrução direciona e ordena essa formação. Instruir significa: ensinar, doutrinar, formar, capacitar, comunicar. As crianças não aprendem somente por ver e imitar, elas necessitam ser instruídas na: honestidade, justiça, perdão, generosidade, respeito pelos outros, pudor e asseio, modéstia, diligência e etc.

Também é responsabilidade dos pais incentivar os filhos a desenvolverem sensibilidade espiritual, docilidade e boa disposição diante de Deus.

Áreas que Merecem Mais Atenção dos Pais:

      Realizar trabalhos e cumprir ordens;

      Ajudar outras pessoas;

      Concentrar-se nos estudos.

      Resolver problemas e discórdias sociais.

      Formar amizades;

      Vencer a tentação;

      Desenvolver um sentido de dignidade moral;

      Usar bem o dinheiro e o tempo;

      Encontrar e permanecer no emprego;

      Desenvolver uma bom comportamento com o sexo oposto;

      Descobrir sua vocação.

Os pais devem elogiar, felicitar e aprovar tudo aquilo que os filhos fazem bem ou quando mostram interesse de acertar. Isto ajudará a firmar os valores positivos do caráter. Faz com que os filhos se sintam reconhecidos e apreciados reforçando a auto-estima.

Os filhos, por outro lado, devem conhecer os limites de sua liberdade. Isso se faz com pequenas regras de funcionamento da casa. Essas regras devem ser poucas e razoáveis, e se exigirá o cumprimento.

Quanto aos adolescentes, é necessário explicar-lhes bem as coisas. Não bom agir com uma atitude simplesmente impositiva. Quando se explica, isso ajuda na formação de critério e bom juízo, ainda que eles resistam diante de normas estabelecidas.

Entretanto, apesar das boas e devidas instruções que os pais possam dar, nada substitui o exemplo dos pais. Muitos não seguem este princípio e acabam “apagando com o cotovelo o que escrevem com as mãos”.

          DISCIPLINA

Cl 3.20,21; Pv 3.12; Pv 13.24; Pv 19.18; Pv 20.30; Pv 22.15;
Pv 23.13,14; Pv 29.15.

A relação de uma criança com Cristo prospera na medida em que obedece a seus pais. Jesus Cristo vive e trabalha na vida de um filho obediente.

A obediência não é opcional nem se limita no que o filho considera justo. A obediência deve ser a tudo. A autoridade dos pais foi dada por Deus para formar e disciplinar a seus filhos e tem dele todo o respaldo.

Os pais podem se enganam muitas vezes mas, quando isso ocorrer, devem admitir logo seus erros. Ao admitir que estão errados, demonstram ser pessoas a quem Deus pode respaldar. Sua autoridade não vem do fato de estarem certo, mas sim de Deus de quem eles a receberam.

          O Uso da Vara

Os textos acima citados, mencionam o termo vara repetidamente. Isso sugere um castigo físico. Não se trata aqui de simplesmente castigar a criança. O uso das mãos ou de objetos de uso pessoal foge do princípio e dos objetivos. As mãos servem para acariciar, proteger e afagar. Cintos, chinelos, fios elétricos, etc representam objetos pessoais. Mas a vara (pode ser uma simples varinha de madeira, ou mesmo um objeto de couro) de uso exclusivo, representa um instrumento de correção e disciplina.

Também, a única área adequada para aplicar a disciplina são as nádegas, por ser uma região carnosa e sem nenhum órgão vital. Disciplinar não é torturar, ferir ou espancar. É um ato de amor ordenando o futuro dos filhos.

          Quando Usar a Vara

a)  Quando houver uma rebelião clara, quando a criança não acata uma ordem ou por qualquer outra ofensa séria.

b) Não se usa para faltas menores ou para corrigir erros nas crianças (como deixar cair coisas por descuido).

c)  Deve-se aplicar a disciplina sobriamente e sem ira. Os pais que disciplinam seus filhos irados, transmitem seus sentimentos negativos.

d) É necessário acalmar-se antes de aplicar qualquer disciplina. A disciplina tem como objetivo corrigir a criança e não descarregar sobre elas nossos desagrados.

e)  O objetivo principal na disciplina é ensinar os filhos a obedeceram a seus pais quando eles se dirigem. É assim que Deus deseja: “filhos, obedecei a vossos pais…”

f)   As crianças sofrem muito quando seus pais não as disciplinam corretamente. A disciplina justa alivia o sofrimento e os libera do sentimento de culpa e do peso da consciência.

g)  O maior problema no ser humano é a rebelião contra a autoridade legítima. Os pais não devem permitir rebelião em seu lar. É responsabilidade dos pais livrar seus filhos de atitudes de rebelião.

          Aspectos Importantes da Disciplina

a)  Deus estabeleceu os pais como responsáveis diretos pela conduta de seus filhos (Pr 4:1-9; 1Sm 3.13,14).

b) O pai é a figura principal quanto a disciplina. Ainda que a mãe tenha que disciplinar, o filho deve saber que ela conta com o apoio de seu marido. Isto facilita a tarefa da mãe.

c)  Os pais têm que mostrar unanimidade na disciplina. A mulher deve ter o cuidado para não contradizer a seu marido, e o homem deve respaldar a sua esposa, especialmente na presença dos filhos.

d) Os pais não devem proferir ameaças nem expressões de ódio.

e)  A disciplina deve ser administrada imediatamente após a ofensa ou desobediência

“Visto não se executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal.” (Ec 8.11).

f)   A disciplina deve ser:

        Com firmeza e decisão;

        Com critérios estabelecidos (não segundo as emoções);

        Proporcional a ofensa; e,

        Sem ira ou amargura.

          O que Deve Ocorrer Após a Disciplina

A disciplina correta deve seguir um processo que inclua:

a)  Explicação: a criança deve saber o por quê da disciplina.

b) Castigo[1]: Com a vara e proporcional à ofensa.

c) Oração.

d) Perdão: a criança deve saber que a partir da disciplina não há mais culpa pelo ocorrido, e que ela é amada pelos seus pais.

e)  Reconciliação: isso significa reparar ofensas, pedir perdão, restituir coisa roubadas, voltar a amizades rompidas, etc.

          Principais Deficiências No Exercício Da Disciplina

a)  Condicionar a obediência à compreensão da criança: a criança não obedece, apenas concorda. Não há reconhecimento de autoridade, mas uma negociação.

b) Ajudar na “obediência” para evitar confronto: dar uma ordem e auxiliar na execução quando a criança oferece resistência. Quando isto se torna um hábito (vício) doméstico provoca sérios vexames em ambientes estranhos ou públicos.

c)  Achar desculpas e justificativas para as manias: Ex.: “é o gênio”, “são os dentes”, “está com sono”, etc. Nada disso justifica a rebeldia. A criança, mesmo indisposta, pode e deve obedecer aos pais em tudo e prontamente.

d) Diferenciar ordens (mais ou menos importantes): ordens são ordens e devem ser obedecidas prontamente, qualquer que seja. Estabelecendo-se diferenças, confunde-se a criança. Ela não entende porque há mais severidade para umas ordens do que para outras. Ela só sabe que, às vezes, exige-se obediência e outras não. Exemplos: 1º – Não toque na tesoura x Vá escovar os dentes; e, 2º – Não suba na janela (quarto andar) x Não toque na radiola.

e)  Deixar-se manipular: “Só essa vez”, “ó mãe, me perdoe”, “eu prometo que não faço mais”, “estou tão cansado”, “você nunca me deu isto ou aquilo”, etc.

f)   Deixar-se levar pela desculpa da memória, desobediência cor-de-rosa: “oh! esqueci”. Vara é bom para a memória.

g)  Compensação por sentimento de culpa: os pais se sentem culpados por não poderem atender algumas necessidades e desejos, ou até caprichos dos filhos, por não terem recursos, e querem compensar tornando-se muito tolerantes.

h) Não exigir obediência total, irrestrita e imediata: não entender ou não concordar com Deus quanto a autoridade delegada aos pais. A base da relação pais x filhos é a autoridade[2]. Pais inseguros apelidam frouxidão de “amor” ou compreensão.

i)    Não exigir obediência na ausência dos pais,: “você não é meu pai nem minha mãe”. Filhos desaforados e desrespeitosos para com os mais velhos e adultos em geral.

j)    Contentar-se com uma obediência circunstancial. Não buscar uma disposição de submissão nos filhos nem levá-los a ter uma cerviz dobrada. Quem acha muita explicação para os erros dos filhos, também achará para os seus, diante de Deus.

k) Não entender que a disciplina é corretiva e formativa e não punitiva. As Escrituras dizem: “vara da disciplina” – o castigo imposto pela vara, ao contrário de tentar punir, visa , antes, corrigir defeitos e formar o caráter da criança.

l)    Falta de perseverança: hoje disciplina, amanhã não, ainda que pelo mesmo motivo. Isto confunde a criança.

m)Papai “Esquecido”: sempre esquece as advertências que fez e volta a advertir. Ridiculariza-se a si mesmo e aos filhos.

n) Papai “Gamaliel” é o super-mestre: sempre explica muito e não age nunca. Esquece que é a vara e não o sermão que afasta a estultícia do coração da criança.

o) Papai “Eli” é o super espiritual: quer transmitir uma imagem forte do “Papai-do-Céu”, sendo ele próprio um molenga. Os filhos não aprenderão a temer o “Papai-do-Céu” se não aprenderem a obedecer ao “papai-da-casa” ( Ex 32.21, 25 x Gn 18.19 ). O Deus de Abraão ficou conhecido, depois dele, como “O Temor de Isaque”.

p) Papai “Fariseu” exige tudo e não faz nada. Os filhos não são estimulados e desafiados pelo exemplo, além de perderem o respeito pelos pais diante da hipocrisia destes.

          CARINHO

Ser o exemplo, dar instrução e disciplinar, são expressões de amor que muitas vezes não são compreendidas ou consideradas com tal. Nossos filhos têm sentimentos e carências afetivas. É necessário que se some a todas essas ações, muito carinho.

Carinho é o mesmo que afeto, meiguice, docilidade, atenção e cuidado. São maneiras de tratamento que expressam sensibilidade para com aqueles a quem amamos. Nossos filhos sabem quando somos sensíveis a eles e às suas necessidades.

Existem algumas maneiras de se demonstrar isso:

          Expressão Verbal

Esta é a mais simples de todas mas não menos importante. Dizer aos nossos filhos que os amamos é o mínimo que podemos fazer. Expressões como: “Eu amo você”, “você é muito importante para mim”, “sou grato a Deus por tua vida”, “você é um presente de Deus para nós”, são simples mas produzem um resultado maravilhoso.

Todos gostamos de saber que somos amados. Os que tem telefone, liguem especialmente para os filhos, mande-lhes cartões e telegramas. Eles adorarão.

          Gestos Carinhosos

As palavras muitas vezes não conseguem expressar tudo. É preciso gestos! Um afago, uma carícia, passar a mão pela cabeça, segurar com carinho as mãos, beijar, carregar nos braços, carregar nas costas, rolar pelo chão, correr juntos, brincar de pega-pega e esconde-esconde, podem ser expressões mais fortes que as palavras. Juntas, produzem uma revolução de amor.

          Presentes Criativos

Nesta época em que o consumismo e a moda nos levam a comprar brinquedos industrializados, diminuiu muito a criatividade dos pais. Presentes criativos, feitos pelos próprios pais (carrinhos de sucata, pipas, barracas, aviões, cavalinhos, etc…) têm um valor muito maior. As crianças são sensíveis a isso.

Também é necessário que os pais saibam ensinar o valor de cada presente. Eles devem ter um significado pessoal. Hoje em dia se dá presentes em épocas determinadas e não por significados pessoais. Temos que presentear nossos filhos com coisas simples, porém significativas. Cuidado para não trocar carinho por presentes caros. O carinho é insubstituível!

          Valorizar Suas Idéias e Coisas

Ouvir os filhos: suas idéias e ideais. Interessar-se pelo que eles se interessam. Buscar suas opiniões e sugestões. Dar oportunidade para que eles se expressem e participem das decisões. Tudo isso são formas de dizer: “O que vocês são e dizem são importantes para nós”.

Respeitando seus gostos e desejos e, levando-os a alcançarem seus alvos, ajudaremos na formação da auto-estima deles. Nossos filhos precisam saber que são capazes e aceitos, respeitados como indivíduos.

Amar = Exemplo + Instrução + Disciplina + Carinho

Meditação e Estudo

1ª  Até que ponto Deus responsabiliza os pais pela próxima geração?

2ª  Que diferença as Escrituras assinalam entre a formação dos filhos de Abarão e dos filhos do sacerdote Eli?

3ª  Com respeito a natureza humana que está toda torcida, o que nos ensina a própria experiência como pais?

4ª  Converse sobre a importância de cada uma das áreas que merecem mais atenção dos pais.

5ª  Compartilhe experiências pessoais no exercício da responsabilidade dos pais. Anote os erros cometidos e as lições aprendidas.



[1]Castigo não é uma sentença punitiva, mas visa a formação do caráter e corrigir os defeitos da criança. É formativa e construtiva e nunca punitiva. Rever item k do Tópico 5 : Principais Deficiências no Exercício da Disciplina.

[2]No Antigo Testamento os filhos rebeldes e contumazes eram apedrejados. Autoridade não exclui amor, ao contrário, o acentua. Para nada vale amor paternal sem autoridade, senão para deformar o caráter dos filhos. Veja-se o caso de Eli (1Sm 2.12, 22-30) e de Davi (Amom – 2Sm 13.1-2; Absalão – 2Sm 13.23-36; 15.1-14; 16.20-22; Adonias – 1Rs 1, 6-10; 2.13-17). Que diferença de Abraão (Gn 18.17-19).

 

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