IMPOSIÇÃO DE MÃOS

11/04/2010 22:43

A IMPOSIÇÃO DE MÃOS É UMA DOUTRINA BÁSICA

Poucas vezes se ouve em nossos dias estudos ou mensagens sobre o tema “imposição de mãos”, mas ele é um dos rudimentos da fé cristã. O escritor da carta aos Hebreus o coloca entre os “princípios elementares da doutrina de Cristo”,(Hb 6: 1,2). Ao que parece a igreja primitiva incluía esse assunto em seu discipulado básico. Esta era uma das coisas que o novo crente aprendia logo, na teoria ou na prática. O que seria isso? A imposição de mãos é o ato de colocar as mãos sobre alguém ou alguma coisa com intenção de transferir uma verdade espiritual. Há gestos físicos que têm grandes significados espirituais. Quando nos curvamos ou prostramos, por exemplo, estamos nos submetendo a alguém. Por isso a palavra fala para não o fazermos diante de ídolos, pois isso seria uma infidelidade para com Deus. É nesse sentido que a imposição de mãos se torna uma prática poderosa. Segundo o ensino bíblico, as mãos representam a extensão da própria pessoa e colocadas sobre alguém têm o poder de transferência ou impartição. Isso quer dizer que quando alguém impõe as mãos com um objetivo espiritual, está de fato lhe transferindo algo. Por isso é preciso zelo e entendimento sobre o assunto.

DEUS OPEROU PELA IMPOSIÇÃO DE MÃOS

Deus criou todas as coisas por sua palavra. Ele falou e tudo se fez. Mas com o ser humano foi diferente. O Senhor o criou com suas próprias mãos. Ele o formou do pó da terra, modelando-o segundo o seu querer. Houve contato. Esta é a primeira imposição de mãos na Bíblia, se assim podemos dizer. A Bíblia faz referência à destra do Senhor operando proezas, (Sl 118: 15; Êx 15: 6). Por muitas vezes lemos que “a mão do Senhor veio sobre alguém”, (I Re 18: 46; Ez 1: 3; 3: 22; 37: 1; 40: 1) e cada vez que isso acontecia, alguma experiência espiritual era desencadeada.

JESUS OPEROU PELA IMPOSIÇÃO DE MÃOS

Jesus trouxe consigo os sinais do reino de Deus, (Mt 11: 4,5). Estes milagres quase sempre foram operados através da imposição de mãos, (Mc 1: 44; 6: 5; 8: 23; Lc 4: 40; 13: 13). Além de estar abençoando pessoas, estava formando discípulos. Cada ministração era uma “aula prática” de como operar no poder de Deus. Por isso, depois os apóstolos continuaram praticando e ensinando a respeito da imposição de mãos.

UM PRINCÍPIO ESPIRITUAL

Na verdade a imposição de mãos é um princípio espiritual. Essa verdade é tão forte, que Satanás procura imitá-la para o implemento do mal. Nos terreiros, nos rituais de feitiçaria e mesmo nas práticas de Nova Era há uma ênfase forte no assunto. Como sempre, os demônios tomam verdades de Deus e as distorcem, com o fim de enganar e prejudicar as pessoas. Por isso não podemos permitir que servos do diabo ou pessoas mal intencionadas coloquem as mãos sobre nós e, se um dia isso aconteceu, devemos quebrar toda maldição que possa ter sido lançada. Pois até mesmo pecado se transfere por imposição de mãos, (Lv 4: 22-24; 16: 20-22).

TRANSFERINDO BENÇÃO: Esse é o sentido mais básico do uso da imposição das mãos, seja de uma forma geral ou específica. Praticada desde o antigo testamento, (Lv 9: 22), geralmente é operada em conjunto com a verbalização do seu propósito, (Gn 48: 11-20). Jesus o fazia para abençoar as crianças, (Mr 10: 13-16).

CURANDO OS ENFERMOS: Outro objetivo da imposição de mãos é a cura dos enfermos pelo poder de Deus. Jesus o fez e os apóstolos também. Todos os que crêem devem impor as mãos para liberar cura, (Mt 16: 17). Em Tiago 5: 14, 15 o termo “orem sobre eles” dá a entender a imposição de mãos, neste caso também em conjunto com a unção com óleo.

LIBERANDO SINAIS E PRODÍGIOS: Jesus ressuscitou mortos tocando em seus corpos, ainda que isto contrariava a lei cerimonial dos judeus, (Lc 7: 11-15; 8: 54-55). Os apóstolos também operaram sinais através da imposição de mãos, (At 5: 12), o que também ocorreu no ministério de Moisés, (Êx 7: 19-20). Portanto a imposição de mãos é um canal para a operação de grandes milagres.

MINISTRANDO O BATISMO NO ESPÍRITO: O Batismo no Espírito Santo pode acontecer espontaneamente como em Pentecostes e na casa de Cornélio, (At 2: 1-4; 10: 44), sem intervenção humana. Mas na maioria das vezes acontecerá através da ministração de imposição de mãos, (At 8: 17-19; 9: 17; 19: 6).

TRANSMITINDO DONS ESPIRITUAIS: A imposição de mãos é um meio pelo qual se pode transmitir dons espirituais e capacitações ministeriais, (I Tm 4: 14; II Tm 1: 6). Assim foi com Josué, (Dt 34: 9). É óbvio que isto precisa ser feito debaixo de revelação, pois quem distribui dons é o Espírito, conforme lhe apraz, (I Co 12: 11). Portanto devemos ministrar segundo sua vontade.

DELEGANDO AUTORIDADE E SEPARANDO MINISTÉRIOS: Outro aspecto importante da imposição de mãos, é a ordenação de ministros para a obra de Deus. Este é talvez o sentido mais comprometedor, pois através da imposição de mãos pessoas recebem autoridade e se não estiverem prontas para isso, causarão prejuízos ao Reino de Deus. Vemos os diáconos sendo ordenados desta maneira (At 6: 1-6). Paulo e Barnabé recebem uma unção apostólica ao serem ministrados pelos líderes de Antioquia (At 13: 1-4). É importante notar que isso sempre é feito por autoridades constituídas por Deus e não pelos crentes em geral. (Tt 1: 5).

 

CUIDADOS COM A IMPOSIÇÃO DE MÃOS

Como já vimos há um tremendo poder quando, em fé, colocamos nossas mãos sobre alguém, são necessários alguns cuidados no exercício desta prática. Em primeiro lugar, não devemos permitir que pessoas de caráter e fé duvidosa nos toquem com a intenção de ministrar sobre nós.

Em segundo lugar nós mesmos devemos cuidar para que não haja brechas de pecado ou falta de fé em nossas vidas, especialmente quando vamos ministrar sobre pessoas oprimidas e endemoninhadas. Ministrar com brechas na vida pode ser um perigo, pois influências podem nos ser transmitidas na “contra-mão” do nosso toque. O terceiro cuidado deve ser o de não tentar ministrar dons e ministérios sobre pessoas, sem uma direção de Deus. Nossa imposição de mãos neste sentido deve ser para confirmar a vontade ministerial do Senhor sobre alguém e não para determiná-la segundo nossa própria vontade. Finalmente devemos, especialmente os pastores, zelar para não delegar autoridade e estabelecer no ministério pessoas despreparadas. É neste sentido que Paulo adverte para que neófitos não sejam ordenados, (I Tm 3: 5-6), e para que não se imponha precipitadamente as mãos sobre alguém, (I Tm 5: 22).

 

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